quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Luzes apagadas : fim da linha !

CAPÍTULO I
E se um dia as luzes do meu quarto se apagarem? E mesmo que eu faça tudo para as voltar a acender, elas simplesmente não ligarem?


Num sono profundo, adormecido, me encontro. As luzes estão apagadas. Faço um esforço por esticar a mão, entorpecida, depois de uma longa noite de sono intenso. Nem os sonhos invadiram este descansar mole e sedento: deixei-me levar pelo desligar da alma, num momento em que todas as minhas breves forças precisavam de ser carregadas. Agarro o candeeiro e acendo a luz. Não acende. Tento outra vez. Desligada. Um arrepio percorre-me a espinha. Sento-me à beira da cama. Os meus músculos contraem-se e sinto um mau estar generalizado pelo corpo. Olho à minha volta e tudo me parece diferente, embora a disposição do quarto esteja exactamente no mesmo lugar. Há algo diferente no ar, pressinto – o. Um cheiro estranhamente familiar invade a atmosfera, envolvendo-me de uma forma tão invulgar como acolhedora.



Grito. Chamo. Choro. Estou sozinha. Solitariamente abandonada. A espera é longa, dolorosa e o frio continua a habitar a minha alma. Estarei vivamente morta? Segurada apenas pela linha ténue que separa a luz das trevas?



As luzes continuam apagadas. E as segundas oportunidades desvanecem-se, tal e qual as nuvens num dia de sol amargurado, raiando apenas porque assim destinou a mãe natureza, e tudo o que rege a nossa estranha forma de viver.
O telefone toca. Uma vez, duas vezes, até aparentemente se cansar de ser ignorado. Levanto-me da cama e decido enfrentar mais um dia.

»»continua
p.s Depois de uma ida ao cemitério !

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