segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O esforço

O som sibilante das folhas das árvores, arrastadas pelo vento, é inconfundível. Uma sensação de tranquilidade, de paz de espírito, … parece que as folhas têm vida e, por momentos, sacodem a pressão de ser folhas, de ter que cair no Outono e florescer na Primavera, de não poderem ser roxas, de não poderem agradecer ao vento por as fazer sentir vivas! Vida de folha não é fácil, engane-se o leitor!
Sentada no capim, verde-amarelado, sentindo as folhas fazendo-me cócegas, apreciava a paisagem verde-azulada. Como, em não raros momentos da vida, nos esquecemos de apreciar a beleza inexplicável da Natureza, os seus segredos e fantasias, confidências e emoções. Se fosse só o ser humano a sentir-se pressionado, a sentir-se comandado por factores exteriores à sua vontade… também a Natureza sente na pele o fardo de assegurar que o mundo continua com esta magnificência, tantas vezes ignorada e incompreendida pelos Homens!
Só o verdadeiro autor da sua “obra” sabe o seu valor inerente, o valor que provém de um esforço equiparável a mil gotas de suor derramadas debaixo da principal fonte emocional da terra. Por vezes o esforço não é reconhecido, e uma sensação de dever não cumprido ilumina a nossa chama de revolta interior, tantas vezes aquecida pela raiva emanada dos nossos fervorosos corações.
Mas gosto de pensar que tudo vale a pena e que o esforço e o valor das coisas é subjectivo. E embora sinta que o ser humano tem uma necessidade tremenda de saber o seu esforço reconhecido pelos outros para sua própria realização pessoal, por vezes não dá o devido valor ao seu auto – reconhecimento. E o “outro” devia contar, se tanto, como o “eu”.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tens razao...o "outro" deveria ser secundario...mas e quando tu chegas ao limite...mais! e quando tu achas que o fazes e afinal ainda nem a meio vais...ultrapassaste-o...venceste-o...estas cansada! mas feliz claro! é brutal quando te superas! mas aquilo que esperas...é que todos a tua volta sintam o mesmo...porque nós nao vivemos sosinhos! nós vivemos com os outros...e (arrisco me a dizer) para os outros! É inevitável...Mas isso que esperavas...nao acontece...ou pelo menos nao acontece como tinhas imaginado! o reconhecimento nao é suficiente se for so teu...a felicidade nao é suficiente se for so tua...não há que distinguir o "eu" do "outro"...há sim que juntar os dois...e mais fortes que nunca...continuar!

Diana Claro disse...

Concordo plenamente, aliás foi essa ideia que quis transmitir. Gostei da opinião ;)

Mas n gostei do anonimato : )